Está certo que um entre cada cinco seres humanos seja chinês, que precisa comer, se vestir, ganhar dinheiro e criar filhos. Mas é injusto que o progresso da China esteja sendo feito à custa da estagnação econômica e social em países pobres como o Brasil, México e outros que também possuem mão de obra iletrada, barata e disponível.
Os Estados Unidos ainda não se mexeram porque boa parte do seu débito, cerca de US$ 4,9 trilhões, está nas mãos dos chineses, que por não possuírem proteção do Estado poupam em média 45% do que ganham. E, também, porque podem rodar a maquininha de fazer dólar e são criativos para criarem novas necessidades e novos empregos, como se viu nos últimos anos com o advento da Internet.
Aqui, no entanto, está fazendo sucesso um livro da jornalista Sara Bongiorni, A Year Without “Made in China”: One Family’s True Life Adventure in the Global Economy, relato da experiência de uma família que ficou um ano sem consumir qualquer produto (ou ingrediente, ou peça ou qualquer coisa) chinês. Bongiorni não chegou a passar fome, mas de repente ficou sem cafeteira, sem televisor e sem muitas outras coisas porque simplesmente, como se sabe, a China virou a fábrica do mundo.
Só que esta fábrica está vendendo produtos que podem trazer grandes riscos para a saúde e, até, matar consumidores de pastas de dente, bicicletas, pneus, tiragostos e até comida para animais de estimação. Pelo menos seis agências federais norte-americanas estão lutando para avisar os desavisados (www.recalls.gov). Além de produtos envenenados , aqui vão outras razões para evitarmos artigos chineses.
A China é uma ditadura. É mesmo, e das piores. É impossível calcular o número de dissidentes que mofam em suas prisões porque ousaram ser livres. Não há direito de expressão, organização, religião, voto, trabalho etc. É um comunismo hipócrita onde nove entre cada dez milionários são dirigentes da camarilha que se instalou no poder desde Mao Tse Tung. Há fatos que soam bem aos ouvidos de muita gente, como corruptos levando balas na cabeça em estádios (e a família tem de pagar pela bala) mas, para quem viveu sob ditaduras, liberdade (com justiça) é tudo.
A China destrói a natureza. Segundo a Organização Mundial da Saúde, sete em cada dez cidades mais poluídas do mundo estão na China. Vários estudos estimam que a poluição custe à economia chinesa cerca de 10% do Produto Interno Bruto. Desde 2002, o número de reclamações às autoridades do meio ambiente aumenta 30% ao ano, chegando a 600 mil em 2004. Com uma economia baseada na queima de carvão, há cidades onde é difícil respirar.
A China utiliza mão de obra escrava. Um empresário de Seattle fabricava artigos aqui pagando mil dólares para o trabalhador norte-americano. Mudou-se para o México nos anos 90 pagando 125 dólares para cada empregado. Agora, paga 25 dólares por mês aos chineses. Está achando caro e por isto está procurando uma forma de se estabelecer no Vietnã. Com esta exploração da mão de obra, Karl Marx deve estar se revirando no túmulo.
A China é a rainha da pirataria – Chegam a cúmulo de copiar carros, como o Chevy, da General Motors. A principal atração turística de Pequim não é a Cidade Proibida, mas um mercado de quinquilharias chamado Pearl Market, um prédio de seis andares onde se pode comprar todas as “marcas” famosas. O governo se gaba de ter reduzido a pirataria de softwares de 92 para 82%. Está certo que os piratas e contrabandistas, como dizia o finado Roberto Campos, são os heróis do capitalismo, mas sem direitos autorais não há invenções.
A China é corrupta – Somente em 2006 cerca de 60 mil funcionários do governo foram presos por corrupção. Há pouco tempo, o diretor do FDA chinês, Zheng Xiaoyu, foi executado por aceitar propinas no valor de US$ 850 mil de oito companhias farmacêuticas para aprovar remédios que levaram à morte mais de 10 pessoas. Em 2007 chineses já foram obrigados a fazer recall de vários produtos nos Estados Unidos, especialmente na área de comidas de animais e brinquedos infantis.
É certo que a China está demonstrando ao mundo que os produtos e serviços podem ser feitos ou ofertados por um preço ínfimo, criando um novo paradigma que muita gente chama de leilão reverso. Se países que respeitam as regras do livre mercado não reagirem, a China vai acabar com as possibilidades de sermos, um dia, uma nação desenvolvida – e democrática.
Olá Pedro,
Muinto interessante seu artigo, quero dizer que este assuntos China virou discusão em sala de aula, fiz um comentário sobre os dois lados da china a locomotiva do mundo e e a sugeira que ela emite.
Ao mesmo tempo que move a economia mundia ela se destaca pela falta de compromisso com sua própria população e às do mundo.
Um grande exemplo disto foi o Japão que depois da guerra se fechou, produziu muito e depois vendeu, ocorro que logo em seguida percebeu que não era bem a sim e depois partiu para uma área que conhecemos muito bem que é de qualidade, emfim tomara que isto aconteça.
Sua coluna ou podcst é um dos mais interessante principalmente se tratando em connhecer esta super econômia e o melhor DE GRAÇA.
Um forte abraço ( gostaria de pedir a vc um TEMA SOBRE ADMISNTRAÇÃO DE EMPRESAS O QUE ÀS FAMOSAS ESCOLA AMERICANAS ENSINAM AOS SEU ALUNOS )
Abraços.
Gilson Sena
Poá – São Paulo.
É covardia o que a China faz com os produtores e empresas de outros países. Não dá pra ter competição saudável e justa com a China que subsidia seus produtos e, praticamente, escraviza sua força de trabalho. Sem contar que é uma ditadura comunista, na qual não há liberdade para quase nada!
Se a China fosse uma democracia e tivesse leis trabalhistas nos moldes do Brasil, esse país seria mais um emergente sem expressão. A ditadura comunista explora os chineses e oferece uma falsa ilusão desenvolvimentista.
Excelente matéria, sem comentários!
Mesmo que tudo, que era preciso ser dito, foi perfeitamente postado. Parabéns!!!
Na boa, esse papinho de que “Ain, a China é uma terrível ditadura que escraviza sua força de trabalho, onde ninguém tem liberdade de nada” só engana a quem ainda acredita nas boas intenções dos EUA, o que não é o meu caso, felizmente.
Sim, porque os EUA não são nada santinhos, disso sabem os iraquianos, os iranianos, os líbios, os sírios, os centro-americanos, os coreanos (Dos dois lados), os vietnamitas, os granadinos, os venezuelanos, e a parcela mais esclarecida de nós, os brasileiros.
” E, também, porque podem rodar a maquininha de fazer dólar e são criativos para criarem novas necessidades e novos empregos, como se viu nos últimos anos com o advento da Internet.” – Leia-se, GUERRAS.
“A China destrói a natureza.” – EUA também, e pior, destroem a natureza de países terceiros.
“Com uma economia baseada na queima de carvão, há cidades onde é difícil respirar.” – Tipo, a Califórnia, né?
“Um empresário de Seattle fabricava artigos aqui pagando mil dólares para o trabalhador norte-americano. Mudou-se para o México nos anos 90 pagando 125 dólares para cada empregado. Agora, paga 25 dólares por mês aos chineses. Está achando caro e por isto está procurando uma forma de se estabelecer no Vietnã.” – Aí eu te pergunto, a culpa é da China ou do empresário ganancioso de Seattle?
“A China é a rainha da pirataria – Chegam a cúmulo de copiar carros, como o Chevy, da General Motors” – Isso não é nada, o Ônix da GM é uma cópia do Gol geração 5. O que acontece na China é que eles praticam a filosofia do Kung Fu: Primeiro eles imitam até dominarem todo o processo. Depois de dominado, eles partem para um projeto próprio.
“A China é corrupta” – E os EUA, mais ainda. Colega, corrupção existe até na Suíça e no Japão.
“Se países que respeitam as regras do livre mercado não reagirem…” – E desde quando o mercado é livre? Se tem regras, então não é livre.
Patética, essa sua tentativa de instigar um boicote aos produtos chineses. Quem acabou com a possibilidade de o Brasil se tornar uma nação desenvolvida foi justamente os EUA, com o patrocínio ao GOLPE DE ESTADO em 2016.
Nós, Brasileiros, temos um grande laço comercial com a China, e os outros países componentes do BRICS. O inimigo do Brasil não é a China – Mas sim, os EUA.